O fim do ano já chegou e, junto dele, a melhor época para aproveitar o sol com muita praia e piscina. Não por acaso, a contagem regressiva para a chegada do verão normalmente vem acompanhada de uma preocupação geral para preparar os corpos para os looks frescos e trajes de banho. Cada ano, a expectativa estética da estação do calor motiva uma verdadeira corrida pela perda de peso e uma onda de “dietas malucas”. Ainda assim, especialistas garantem que essa está longe de ser a melhor estratégia para driblar a balança.
Uma pesquisa realizada pelo Instituto Real Time Big Data mostra que apenas 8% dos brasileiros procuram um profissional da saúde antes de começar uma dieta. Esse cenário se agrava com a ajuda da internet e das redes sociais, hoje recheadas de “alternativas milagrosas” que prometem o corpo dos sonhos em curtos espaços de tempo. Em linhas gerais, propõem restrições drásticas, levando as pessoas a cortarem grupos alimentares, como carboidratos e gorduras.
Para a nutricionista Lilian Rodrigues, da Hapvida NotreDame Intermédica, não existe mágica para o processo de emagrecimento, muito menos uma fórmula que possa ajudar todas as pessoas de maneira igual. Ela defende que o profissional da Nutrição tem um olhar individual para cada paciente. “O ideal para começar um processo de emagrecimento de forma segura é sempre procurar os profissionais qualificados, são eles que irão orientar e acompanhar todo o processo. A alimentação deve ser balanceada, individualizada e prazerosa”, explica.
Curiosamente, apesar da “moda” das dietas no fim do ano, uma pesquisa da Universidade de Oxford constatou que o melhor mês para se iniciar uma dieta é janeiro, graças à motivação do início de um novo ano. Essa vantagem se apoia ainda no fato de que poucas pessoas conseguem sustentar dietas radicais iniciadas nos meses finais do ano. “Não conseguimos manter um déficit calórico por muito tempo e, nesses casos, o paciente recupera facilmente o peso eliminado, além de talvez ganhar mais alguns quilinhos”, relata Lilian.
A nutricionista explica ainda que é importante entender que as chamadas “dietas relâmpago” não possuem embasamento científico e são perigosas especialmente por cortar nutrientes que são necessários para o funcionamento do organismo. Ela cita o exemplo do carboidrato, frequentemente colocado como um vilão nos planos alimentares. Apesar de mistificados, os carboidratos são essenciais e devem corresponder de 55% a 60% das calorias recomendadas.
Muito além de ineficazes em longo prazo, dietas radicais podem afetar drasticamente a saúde. Segundo a médica endocrinologista e diretora médica do Hospital Imesa, de Alfenas, da Hapvida NotreDame Intermédica, Daniela Loureiro Alves, as deficiências nutricionais ocasionadas pela alimentação incorreta podem gerar condições graves, como anemia, osteoporose, fraqueza muscular, problemas de pele e até comprometimento do sistema imunológico. “As carências mais comuns incluem vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e ácidos graxos essenciais”, afirma.
A médica dá dicas ainda de como identificar os efeitos da carência de nutrientes em nosso corpo. “Sinais de que uma dieta restritiva pode estar afetando a saúde incluem fadiga extrema, perda de cabelo, problemas de pele, irregularidades menstruais, ansiedade ou depressão e dificuldades de concentração. Esses sintomas não podem ser ignorados e devem ser avaliados por um profissional de saúde”, reitera Daniela.
Mas, afinal, qual o segredo do emagrecimento? Tanto Lilian Rodrigues quanto Daniela Loureiro defendem a desmistificação de que a perda de peso pode ser rápida e milagrosa. “Métodos eficazes incluem orientação de nutricionistas, monitoramento regular de peso e composição corporal, além de apoio psicológico. A endocrinologia pode complementar o acompanhamento nutricional ao avaliar e tratar desequilíbrios hormonais, ajudando a otimizar a perda de peso e a saúde geral”, afirma a médica.
A nutricionista acrescenta que a reeducação alimentar vai muito além do medo da balança e do verão. “Precisamos ter em mente não só o emagrecimento ou corpo perfeito, mas precisamos pensar em nossa saúde. Cada vez mais as comorbidades como diabetes tipo II, hipertensão entre outras estão surgindo em pessoas cada vez mais jovens, então devemos procurar melhorar não só nossa alimentação, mas como também melhorar nosso estilo de vida”, completa.
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LORRAINE GABRIELLE SILVEIRA SOUZA
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