Utensílios de casa que serão tendências daqui para frente
Por muito tempo, nossas casas viveram sob o império da funcionalidade. O prato era branco para não brigar com a comida, a toalha era lisa para ser prática, e a panela era cinza porque sua única função era cozinhar. Montamos lares eficientes, mas que, em muitos momentos, pareciam desprovidos de alma, de calor, de personalidade.
Mas uma revolução silenciosa, um desejo coletivo por mais cor, mais textura e mais afeto, começou a borbulhar. Estamos cansados do básico, do genérico, do impessoal. Queremos que nossa casa seja um reflexo de quem somos, um abraço que nos acolhe no final do dia, e não apenas um espaço funcional.
E a indústria finalmente ouviu. Nas grandes feiras de tendências que ditam o que chegará às lojas nos próximos meses, como a Home & Gift, foi decretado o “funeral do básico”. Uma nova era de utilidades domésticas nasceu, uma que celebra a emoção, a sustentabilidade e a história por trás de cada objeto. Prepare-se para conhecer a nova alma da casa brasileira.
A revolução na mesa: o fim da ditadura do prato branco
O primeiro e mais saboroso front desta revolução acontece na mesa de jantar. A “mesa posta”, que virou febre, evoluiu de uma arrumação formal para uma verdadeira forma de expressão, e o prato branco deixou de ser o rei.
- A Explosão de Cores: A grande tendência é a cor sem medo. Porcelanas em tons vibrantes, como azul profundo, verde-floresta e terracota, se tornam as estrelas da refeição. A ousadia se estende às panelas e frigideiras coloridas, projetadas para saírem do fogão e irem direto para o centro da mesa, como peças de servir.
- O Luxo nos Detalhes: O brilho retorna, mas de forma sofisticada. A influência do estilo Japandi (a fusão do minimalismo japonês com o aconchego escandinavo) traz peças de cerâmica rústica com detalhes em fios de ouro, e copos e taças em tons de pêssego, a cor do ano, adicionam um toque de calor e modernidade.
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O abraço da casa: a redescoberta do aconchego
A busca por conforto invadiu o quarto e o banheiro. Os tecidos não servem apenas para nos secar ou nos cobrir, mas para nos abraçar com texturas e estampas que contam histórias.
O Kit de Aconchego:
- O Toque que Acolhe: A maciez é a nova regra. Edredons de malha, com o toque de uma camiseta macia, e toalhas com detalhes em renda ou com tecidos pré-lavados, que já saem da loja com máxima absorção, são os novos objetos de desejo.
- A Personalidade que Veste a Cama: Chega de monotonia. Os jogos de cama dupla face, com uma estampa de cada lado, permitem que você mude a cara do quarto apenas virando o edredom. Padrões clássicos, como o floral e o arabesco, retornam com força, trazendo uma dose de memória afetiva.
- O Humor na Rotina: Até os itens mais simples ganharam personalidade. Panos de prato e capachos com frases criativas e divertidas se tornam pequenos pontos de alegria no dia a dia.
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A alma consciente: a sustentabilidade como novo luxo
A nova alma da casa brasileira é também uma alma mais consciente. A beleza de um produto, hoje, está diretamente ligada à sua história e ao seu impacto no planeta.
- O Valor do Artesanal: Peças feitas à mão por artesãos brasileiros, com técnicas tradicionais e materiais regionais, deixam de ser “lembrancinhas” para se tornarem o ponto alto da decoração, valorizadas por sua exclusividade e história.
- A Indústria mais Verde: A preocupação com a origem dos materiais é uma exigência. A nova geração de produtos de destaque inclui panelas de alumínio reciclado e certificado, livre de metais pesados, e tecidos feitos com fibras ecológicas e processos de produção mais limpos.
O funeral do básico não é sobre consumir mais, mas sobre consumir melhor. É sobre escolher objetos que nos cercam com beleza, conforto e, principalmente, com significado.