Mandioca é um alimento nutritivo e fácil de cultivar em quase qualquer lugar do Brasil; aprenda como fazer isso na sua casa.
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Descobri o segredo para plantar mandioca em casa

Ela é a rainha do Brasil. A base da nossa alimentação há milhares de anos, muito antes de o país sequer ter esse nome. A mandioca, ou aipim, ou macaxeira. Forte, resiliente, versátil. Plantá-la parece o ato mais simples e intuitivo do mundo: basta fincar um pedaço de galho na terra e esperar, certo? Errado.

Nós crescemos com essa imagem rústica, acreditando que a mandioca é uma planta “bruta”, que nasce de qualquer jeito. Mas, essa confiança cega é a mãe de todas as frustrações. É por causa dela que, meses depois do plantio, você cava a terra cheio de esperança e encontra apenas raízes finas, raquíticas e sem nenhuma polpa.

A verdade chocante, que os agricultores experientes sabem e os amadores ignoram, é que existe um “crime” silencioso que a maioria de nós comete no exato momento do plantio. Um erro fatal que aniquila o potencial da sua colheita e transforma seu sonho de fartura em um punhado de raízes mirradas.

A ‘certidão de nascimento’: o segredo da escolha da rama

O futuro da sua colheita de mandioca é decidido antes mesmo de a planta tocar a terra. Ele está na escolha da maniva, o pedaço do caule da planta-mãe que você vai usar como muda. É aqui que o crime acontece. Pegar qualquer galho velho e seco é a receita para o desastre.

O segredo dos mestres da mandioca está em selecionar uma rama que seja a “certidão de nascimento” de uma planta campeã. Ela precisa vir da parte do meio do caule de uma planta-mãe saudável e produtiva, ter uma espessura de cerca de 2 a 3 centímetros e, o mais importante, estar com as “gemas” (os pequenos “olhinhos” no caule) bem visíveis e intumescidas. É dali que brotará a nova vida.

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A arte da paciência: o tempo certo de plantar e de colher

O segundo erro que aniquila a colheita é a ansiedade. A mandioca tem seu próprio relógio, e ignorá-lo é pedir para se frustrar. O plantio deve ser feito, idealmente, no início da estação das chuvas (geralmente entre setembro e novembro na maior parte do Brasil). Isso garante que a planta tenha a umidade necessária para se estabelecer e criar raízes fortes.

Mas a paciência é ainda mais crucial na hora da colheita. A mandioca não é uma alface. Ela é um projeto de longo prazo. Dependendo da variedade, o ciclo pode levar de 8 meses a até 2 anos! Cavar antes da hora é como tirar o bolo do forno na metade do tempo: o resultado será decepcionante.

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O manual da fartura: 5 passos para uma colheita lendária

Pronto para nunca mais errar e colher mandiocas grossas e cheias de amido? Siga este roteiro e garanta o sucesso do seu plantio.

  1. A Seleção da Maniva (O DNA da Planta): Como já revelamos, escolha ramas saudáveis, do meio do caule de uma planta produtiva. Corte-as em pedaços de cerca de 20 centímetros, garantindo que cada pedaço tenha de 5 a 7 gemas de brotação.
  2. O Preparo do Berço (A Terra): A mandioca ama solos leves e bem drenados. A terra não pode ser compactada. Prepare um buraco ou um canteiro com terra bem fofa e adubada com matéria orgânica.
  3. O Plantio Correto (A Posição Certa): Finque a maniva na terra, deixando cerca de 2/3 dela enterrada. Você pode plantar na vertical (reta) ou na horizontal (“deitada”). O importante é que as gemas estejam apontadas para cima.
  4. A Rega da Vida (Sem Afogamento): Molhe bem logo após o plantio. Depois, a mandioca se mostra uma guerreira. Ela odeia encharcamento. Só volte a regar se o tempo estiver muito seco, pois o excesso de água pode apodrecer as raízes.
  5. A Colheita (O Momento da Verdade): O sinal clássico para a colheita é quando as folhas da planta começam a amarelar e a cair. Isso indica que a planta atingiu a maturidade. Respeite o ciclo da sua variedade e prepare-se para o banquete.

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